quarta-feira, outubro 29, 2008

Vênus

A imagem disparada
Como flecha apontada
Leveza na espuma da água
Clareza desmesurada
Ver crescer na pele do ventre,
A alegria do arrepio ser dedicada
Deixar os cabelos da divindade
Cobrir meus dentes
Oferecer a fome de ti para as flores
Na calada.
Fechar os olhos
Abraçar o mundo
Ir até onde a esquina de água embriaga
Correr pela imensidão das ruínas do outro império
Dar a visão por encerrada.

sábado, outubro 11, 2008

Vômito

Minha palavra está na estação invernal. Assim como os ossos.
Tiro a minha vontade de cima do piano e tento tocar a vida.
Os agudos ainda choram.
Preciso de ar para os pulmões continuarem.
É como retornar a asma da infância.
Vejo a praia como uma dádiva
Último suspiro na chuva quente
Espirro, sai das entranhas a gosma de sobreviver,
E nem assim, respiro.