sábado, março 08, 2008

Agora

Tudo confuso. Agora nublado. Às vezes sinto uma amplidão junto com a apatia. Sensação de ser apenas um ponto na pintura expressionista. Sai de mim e ainda não retornei. Voei longe e as pernas sentem cansaço. Não quero companhia. Ao menos não faço nada para a ter. É como se a vida e a morte estivessem de mãos dadas e eu ainda não sei para que lado eu vou. Será que você sabe? Olho para você e sinto que não. Quase me demoro em te perceber. Para onde vais, pergunto baixo, quase sem querer ouvir a resposta, você só me olha e sorri. Como se a brancura dos seus dentes fosse capaz de me dizer coisas bonitas, irremediáveis, dessas que você nunca teve a coragem e a decência de falar. E por mais estranho que seja, escuto o que teus dentes pretendem me dizer. Armo a cena e apesar de tudo, participo dela. Como uma pessoa à beira de tudo o que há. De ser possuída inteira e estar morta. Fechei os olhos e não mais te vi. Acabei de escolher para quem dei a mão. É a vida que me chama e eu não consigo ir para longe dela. Descanso e penso que amanhã quem sabe, eu te diga tudo o que está no meu peito e quer sair. Quem sabe... você também me escuta e me mostra a língua. Prefiro ela aos dentes. Aspereza quente. Como o sangue da cortina. E assim como quem não quer nada, talvez eu saia desta nostalgia. E te dê a mão. Simples assim. Pura magia.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial