sexta-feira, abril 14, 2006

Amor Novo

Tenho um amor novo em folha. Quando ele nasceu olhei cabisbaixa com medo de já conhecê-lo. Vi seus olhos brilhando e seu coração para lá de vermelho... Percebi que ele era novo mesmo. Novinho. Prestes a ser inaugurado.

Este meu amor é meio tímido. Talvez porque apesar de novo, traga em si marcas do passado. Marca de dores. Marca de mágoas. Mas é quase como uma pinta de nascença ou uma perna ligeiramente manca. O tipo de marca que você só percebe se repara muito. Afinal, ele tem o frescor e o ardor dos recém-nascidos. E ele é tão fleiz. Ao contrário dos seus irmãos de alma que geralmente nascem chorando meio que pressentindo seu pretenso sofrimento. Esse meu amor nasceu sorrindo. Surpreendeu a todos. Especialmente eu. Meio coruja, quase me sentindo sua mãe. Mas ele logo foi me colocando no meu lugar, disse que a sua felicidade não tinha nada a ver comigo. Que simplesmente era feliz. Simples assim. Sem nenhuma explicação ou mistério.

O meu amor novo em folha me ensina - a cada dia - como alimentá-lo. Às vezes precisa das minhas lágrimas. Mas são dias raros. Geralmente precisa das minhas flores. Flores que ofereço ao menos três vezes por semana. Tem semanas que elas aparecem na minha porta todos os dias. Quando isso acontece, percebo que deve ser por alguma comemoração especial. E simplesmente sorrio. Simples assim. Apenas como uma forma de agradecimento por ele existir.

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