sexta-feira, abril 14, 2006

Ato de Viagem

Voltei ao lar,
Com fome de ar,
Saudade de vento,
E curiosidade de simplesmente estar.

Depois de avistar a lua minguando,
Com halo de luz ao redor,
No repleto céu azul,
Estrelas unindo pontos,
Meros esboços tontos,
Desenhados pelo eterno balançar da estrada,
A desfilar como infinita reta de chegada,
Foi à sensação de regresso,
Que realmente marcou meu recesso.

A água tirou a poeira,
A comida, a sensação de ausência,
E a cama trouxe o inesperado descansar,
Verdadeira dormência.

Depois das saudades mortas,
Nem sei, se bem postas,
Percebo que é o eterno deslocamento,
Incompreensão do espaço em simples movimento,
Que me dá a impressão de sempre chegar,
Mesmo quando já se está para sair.



Reparo que o que me prende,
Não é um simples lugar,
Mas este ponto inatingível.
Entre o aterrissar e ir,
Que torna confuso,
Tanto o adentrar quanto o partir,
E faz sempre da estrada,
A estada permanente do meu bem estar,
Indefinida e latente, impossível e ausente,
Pois é ela que corporifica,
O simples ato de viajar,
Ser e estar,
Sem importar aonde chegar,
Contanto que se leve o em ti gostar...

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