quarta-feira, maio 28, 2008

Sereia

Guardei meus manuscritos embaixo da sétima onda do oceano. Indo da esquerda para a direita. Aonde a espuma branca vislumbra o meu sorisso. Megulhei e permaneci submersa. A esperar o momento do aparecimento. Os papéis permaneceram firmes e legíveis. Por baixo da areia fina era possível lê-los a olho nu. Senti-me parindo a vida. Num repente, a tormenta do vento pairou sobre a água. Minha escama sentiu medo. Um redemoinho varreu o esconderijo dos meus diários. Tudo mudou agora. Recolho as folhas por praias distantes. Quase tentando recompor a minha linhagem. Sem canto nem acalanto. Só com coragem.

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