Afinal
novamente sinto traída pela minha ilusão. é como acordar depois de um sonho de muito tempo e não saber o que foi real. sai da frente que a raiva exige passagem. quer se sentir participante da vida que me embriaga. chega de lentes rosa e a amplidão do infinito. estou forte como num grito. que ensurdece qualquer possibilidade de engano. o que é certo é ouvir o recado insone. acalentar água da cachoeira como a lágrima que me consome. sentir o ar seco e perceber que é pura fome. fome de um outro qualquer que pode transformar o sentimento em algo disforme. o que muda dentro de mim? o cume da montanha é agora abissal. eu o olho como a um animal. sai e não encontra a vida, sem me encontrar... afinal...
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