domingo, novembro 25, 2007

Passarinho

Agora o amor tinha virado outra coisa. Quase nada misturado com tristeza e um pouco de poesia morta. Foi num repente que ele se foi e deixou um vazio gelado ventando no seu coração. De tudo ficou a delicadeza como desejo, a leveza como procedimento e a alegria como meta. Clara imagem do contorno da memória, agora enterrada e sepultada, ávida por aquilo que a vida insistia em lhe dar - a esperança e preêmencia de um novo amor. Ou simplesmente uma amora. Que soava como uma segunda pele encantada. Sensação de pertencer desmesurada. Loucura pisada com pés na lama da estrada. Continuou a andar, o coração sorvia lágrimas e da sua boca saía um cântico das almas antigas. A andarilha havia retornado. Era para isso que tinha nascido e continuaria a procurar. Mesmo que o encanto fosse breve e doce. Mesmo que nele seus pés cortassem a voz e ela simplesmente se calasse. Continuaria como num conto de criança, a esperar a gentileza da dávida do encontro. Até desmanchar seu corpo, virar um pássaro livre e seu canto...

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