quarta-feira, agosto 23, 2006

A lua e o rio...

Escrevi esta poesia quando viajei pelo Rio São Francisco... hoje percebo que ela fala mais sobre mim do que na época pude imaginar... é próprio do inferno astral nos mostrar o que é lógico porém atemporal... espero que gostem...

A LUA E O RIO

Quando o conheci ela se escondeu
Dias ficou perdida sem que eu a procurasse,
Nunca o havia vislumbrado e assim que o vi,
Quis sentir seu hálito.

A primeira impressão foi de imensidão,
Longa imersão,
Água doce do rio,
A fluir com mansidão.

Depois veio a curiosidade,
Vontade irresistível de tocar suas águas,
Uma mistura de timidez e respeito me paralisou e,
Contive o contato árido.

Quando o deixei,
Ela logo apareceu no céu,
Grande, cheia e branca,
Como se a brilhar ao léu.

Compreendi o desencontro,
É tanta beleza e claridade,
Que onde ele está, ela falta,
E aonde ele vai, ela sai.

Eterna dança,
Que intercala a harmonia,
De sempre brilhar e enredar,
Sem querer terminar o que ainda nem pôde começar...

Vai lua, chama o rio,
Pede a ele para ficar,
Pois vocês juntos,
São o grande desafio,
De ser e estar,
Ficar e chegar,
Restar e achar,
O que ainda nem sei procurar,
E que encontra no céu o seu lugar
E no rio o seu luar.

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