segunda-feira, maio 01, 2006

FUGA

A necessidade de me ausentar de mim,
Faz da fuga meu começo,
Da solidão meu ponto seco,
E do meu corpo, simples endereço.

No abraço da cruz alta,
Sinto enaltecida calma,
A adentrar meus poros,
Como um veneno, uma mágoa,
Cheia de névoa seca,
Na loucura que de mim salta.

A correr no labirinto,
Enlouqueço como um bicho limpo,
A negar minha natureza,
Ainda impregnada da crueza,
Repleta de delicadeza,
A mostrar o caminho findo.

Me perco sem achar,
O que posso em mim me encontrar,
Perdida no teu olhar,
A enquadrar a minha fome,
Que em ti se insere,
Sem calma ou alma,
Só com a pele.

Tanto colorido me afugenta,
No calor do improviso,
O que me alimenta,
É apenas um sorriso,
Que esconde a fome da poesia vivida,
No clima da morte lenta e quase fria

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