domingo, maio 21, 2006

Homenagem à amigas...

ERA UMA VEZ...

Era uma vez cinco amigas. Este número nunca foi assim tão certo. Todas se conheciam há muito tempo. Algumas desde a infância, outras desde as aulas de inglês na adolescência. Nem sempre o grupo foi esse.
Na verdade, era quase como uma teia que neste momento tinha se efetivado nestas pontas. Não eram as únicas. Haviam outras pontas. Mas que estavam mais afastadas. Ao menos por enquanto.
Eram todas muito diferentes.Uma delas era a mais sincera. Não tinha o menor pudor de dizer tudo oque pensava. Mesmo quando o que pensava era o tudo misturado com o nada. Tinha a sabedoria de conter em suas posições visões tão antagônicas que às vezes - só às vezes - deixava as outras sem ação e sem fala.
A outra era a que mais evitava os embates. Talvez pela sua ancestralidade oriental que além dos olhos um pouco rasgado e a fala mansa lhe dava a possibilidade de acalmar as outras com o seu simples silêncio ou até com o barulho - que era sempre pouco lúdico, disso ela fazia questão.
Tinha uma que em virtude da sua longa e variada jornada de trabalho, muitas vezes não conseguia comparecer aos encontros, que ultimamente, haviam se tornado mais raros. Mas era tão atenta e sensível que não deixava de contemplar todas as outras em todas as suas necessidades. Mantinha uma alegria e leveza que as outras admiravam.
Outra era um próprio escorpião que não poucas vezes virava peixe. Buscava tanto o entendimento e o equilíbrio que não raras vezes trazia para si o embate que estava em outras paredes. Tinha muita habilidade para perceber e entender as pessoas e talvez por isso gostasse tanto de oferecer flores cheias de cheiros. De várias cores e tamanhos. Para vários sentimentos e entranhas. Era quase uma alquimista que gostava de ver todos os outros com sorisso de artista. Mesmo que o espetáculo fosse apenas sobreviver à vida, com força e ensaio com fantasia.
A outra alguns diziam que era doce, outros que era amarga. Talvez pela sua própria ambiguidade e paixão ela conseguisse ser as duas coisas ao mesmo tempo quando falava ou calava, porque até mesmo quando permanecia quieta fazia questão de ser entendida na quimera.
Mas o melhor de tudo é que era o olhar de cada uma que fazia as outras serem o que realmente eram. Dúbias, apaixonadas, emotivas, frias e ainda assim encantandoras. Cada uma com o seu próprio canto que só alcançava o brando estar conjunto.
Talvez fosse por isso que os encontros fossem raros. Talvez fosse por isso que apesar de tantas diferenças, elas simplesmente se amavam.Respeitavam as fragilidades das outras, pois no fundo era uma forma de aprenderem a respeitar as suas próprias fragilidades. De perdoarem seus seus próprios erros. E emendar a vida como ela fosse realmente uma felicidade. Ambígua e inconstante como elas eram na verdade. Mas cheias de flores da primavera. Era o que cada uma era para outra. Não só nesta, mas também em outras eras...

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