quinta-feira, junho 01, 2006

Cabimento...

O que cabe em mim,
É diverso do que te cabe
Por isso ainda não sei
O que é que nos cabe,
A ambos, sem entrave.

Sentir tua rouquidão mansa
Como uma simples dança,
Faz da incompreensão,
Uma inevitável mudança.
A luz do sol através da janela,
Dá a exatidão da tua aquarela,
A experimentar cores e dores,
Como se fossem simplesmente tenores,
Da voz que te reverbera todos os amores.

A brancura da tua tez misturada à sujeira da minha avidez,
Mostra a diferença do que nos cabe,
Para ti, sensações e tremores,
Para mim, inexatidões e odores.
Restamos ambos ainda a procurar o que nos cabe juntos,
Que não existe, mas persiste,
Como uma bolha no ar,
Preso entre o ser e o estar conjunto.

Breve solidão,
Que só pertence ao meu pobre olhar,
Solitário e entregue,
À frouxidão de em ti celebrar,
O momento do festejo leve.

Percebo o momento em que em ti cabe o que pressinto,
Cabimento sem sentido,
Escondido no meu peito,
Sem amor ou desatino,
Apenas com a porção do meu sofrimento,
Eternamente colado ao meu desvario.
Calado como este tormento.
Amoroso e sem frio.

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