sábado, julho 08, 2006

Sumi... acho que não tinha muito a dizer... às vezes me sinto assim... vazia como uma pipa colorida... hoje resolvi publicar um conjunto de contos que pode ser visto como um único ... vou colocar um por vez... para manter o suspense... espero que gostem...


O AMOR EM ALGUNS ATOS


Esta não é uma história linear. O seu próprio olhar poderá refletir o que dela você gostará de definir. Os personagens podem ser muitos ou apenas dois, depende apenas do que você desejar. Os fragmentos podem ser considerados meros elementos do contexto dos fatos. Fatos nunca acontecidos e outros raros. Pode ser um romance. Pode ser só uma perda. Veja e perceba do jeito que melhor te parece. Não entenda, simplesmente leia sem nenhuma reprimenda.

Talvez você se reconheça em alguma das situações descritas. Talvez você chore. Talvez você simplesmente desista. Só não esqueça nunca que a vida é aquela que você escolheu escrever. Seja com sangue. Seja com tinta.

FRAGMENTOS DA MEMÓRIA DELE


Primeiro Ato – a alegria da descoberta.

Era final de ano. Ele nunca se esqueceu da primeira vez que a viu. Nunca tinha ido àquele bar. Uns amigos o convidaram e ele se aventurou a conhecer o diferente. Olhou para ela logo que chegou. Depois conseguiu uma mesa e a chamou para que sentasse com ele. A música estava alta, mas conseguiu conversar um pouco. Bem pouco. Logo se beijaram. E os beijos continuaram por toda noite. Foi só.

Ano seguinte, por sorte ou azar – nunca saberia dizer ao certo – reencontrou-a no novo local de estudo. Passaram um mês conversando sem nunca tocarem no assunto do beijo. Ela era tímida. Ele também não sabia ao certo como se comunicar com ela. Foi numa festa na faculdade que eles novamente se beijaram. O beijo dos dois era como um afogamento em um abraço. Eles se esqueciam um nos braços do outro, até que um se lembrava do afago. Para sair do beijo e ir para a palavra foi necessário muito trato.

Daí para o namoro, ele lutou bastante. Não deixava um só dia de vê-la, e quando a via não deixava de falar e quando falava não deixava de admirar, até que se percebeu totalmente apaixonado.

Foi nesta época que ele percebeu o quanto ela gostava de cantar. Ele já tinha aprendido a tocar violão. Ficou entusiasmado e se pôs a estudar. Anos mais tarde diria a ela que seu incentivo maior para estudar música vinha daquele momento. Das tardes que passava ensaiando uma nova canção que sabia que ela ia gostar. Mas naquela época ela nem percebia. Apenas cantava porque sabia as letras das músicas de cor. Era a sua boa memória, apenas isso, que a tornava tão musical, sempre dizia.

Sem que nenhum dos dois percebesse começaram a namorar. Só notaram depois de um tempo quando os amigos de ambos se referiam a eles como um casal. Não se importaram, afinal estavam apaixonados e tais rótulos nem eram necessários, mas também não precisavam ser desprezados, ambos pensavam. O importante era que estavam um com o outro. Isso já bastava. Pelo menos foi o que ele achou no curto espaço de tempo que estiveram juntos. Sim, não namoraram por muito tempo. Apenas cinco meses. Mas pareceria cinco anos, ele pensou algum tempo depois. Mas isso fica para mais tarde.

No início, ela não sabia muito como nem o que fazer. Aquela era a primeira vez que se apaixonava. Isso ele sabia. O seu jeito inseguro, a sua voz mansa a dar a amplidão da sensação de solidão para o seu coração tão necessitado de amor e esperança. Mas ele insistiu, afinal, adorava admirar os olhos dela e afagar as suas pequenas mãos.

Ele se declarou logo. Aberto e sincero mostrou ao coração dela – ainda inseguro e cego – o quanto a apreciava. A levou em viagens e tinha o maior prazer em ligar toda noite só para ouvir a voz dela antes de se deitar. Disso ela achava graça e emendava uma risada quando ele dizia desta necessidade para dormir tranqüilo, na calada.

Ela adorava tudo o que ele fazia, mas fazia parte da sua própria anatomia negar o coração que em si batia. Por isso, o deixava sempre inseguro, não resistia a uma piada mesmo quando sentia que o coração dele estava em apuros. Ele percebia e mesmo assim perdoava. Gostava tanto dela que não sentia necessidade de segurança. Não naquele momento.

Ela ainda não entendia aquilo muito bem e ele compreendia. Até o dia que passou a não compreender mais. Mas não saberia dizer exatamente o que aconteceu. Mesmo depois de dez anos. Nunca entendeu direito o que levou as coisas a serem daquele jeito.

CONTINUA ...

3 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Adorei, Tati! Já tô ansioso para ler os fragmentos da memória dela. Saudade docê.

3:50 PM  
Blogger tatiana disse...

que bom que gostou... tbm estou com muitas saudades tuas... beijos, tati

3:59 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Gostei renovamente

4:47 PM  

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