domingo, agosto 26, 2007

Ladainha

quase um vício
não fosse tão suave,
tão puro
sem trave
nem apuro

só procuro
sem durar
o encontro de sair
sem chegar

ainda espero
sem remédio
ou sossego
quero apenas a luz
no meu tropeço

escrevo o enredo
acerto o tom
tiro a palavra
sem contorno
com seu dom

segunda-feira, agosto 20, 2007

Mais uma vez...

Começa de novo... Olho para cima e não vejo nada, para baixo é só o meu vício e o teu cigarro. Para os lados, não ouso. Só pouso. Vi o sol na tua testa e o meu lábio a beijou, na fresta. Quero esquecer e não consigo. É ainda para você que digo: entra, despenteia, abraça e me leva. Não sei para onde e nem desejo nada. Sou apenas um ponto final da tua palavra. Uma placa sem saída da estrada. Um pequeno pingo equidistante entre o teu sonho e a minha curta morada. Leve e suave como o carro em ponto morto. Sem sorte, só com um pouco do sorisso da tua morte. Pois é, é de novo a minha vida que vem...E não me encontra, deixa recado... Logo, logo, começa tudo de novo...

segunda-feira, agosto 06, 2007

Adeus

Está na hora de você ir, menina minha... Já lavou o cabelo e o coração. Deu a sua mão quando eu estava morrendo de medo. É hora de partir, minha menina, senão o telefone não toca, a porta não abre e a vida - logo depois de ti - não entra.
Deixa menina, deixe de tristeza... O mundo para onde vais é aquele repleto de acalantos, cantos suaves e flores vistosas, coloridas, perfumadas... Deixa que do meu mundo, agora, eu tomo conta. Tu não precisas mais dar a proteção da espada nem a tristeza da lágrima... Para o lugar que estás indo, você só precisa do coração na mão e do corpo em flor. Mais nada...